7.1.12


A gota e o ponto
Luiza Menescal


Como uma gota solitária que procura seu caminho em direcção ao mar, desde a nascente e através de ribeirinhos, lagos, cachoeiras e… praias…. também segue o homem, no mesmo parâmetro simbólico, da sua matriz materna e através de fusões ao longo do percurso até que finalmente é absorvido pelo todo… consciência da totalidade - o vislumbre de que somos todos juntos como uma grande gota, o mar.
Certamente evaporamos juntos, purificados… e imagine-se! Podemos até encobrir o sol!



Foto by Luiza Menescal



Desfeita a imagem poderosa e semi-divina, condensamos e retornamos à gota individual, para repensar o ciclo, aprender o círculo e retornar cada vez mais sapientes sobre os caminhos, ostentando um sorriso – esse sim divino – prova da verdadeira purificação.
Transpondo ao mapa astrológico - ou melhor ainda, mapa do céu e da terra - será o primeiro signo, Carneiro ou Áries aquele que representa a individualidade da gota, certa do seu peso, que irá avançar vida a fora, criando caminhos, forçando passagens, imparável na sua fúria em conquistar vitórias.
Vai tomando forma em Touro, multiplicando caminhos em Gémeos até descobrir-se mágica numa noite de luar em Câncer, ou transparente sob os raios do sol em Leão.
São todas imagens sugestivas da alma do homem passando pela Terra, amando, possuindo, entregando-se, ganhando e perdendo…
Transformando-se para poder fluir.


Astróloga, orquidófila, taoísta,
fotógrafa e muitos outros facéis de rimar.

 
Essa gota que até se funde no orgasmo e renasce perdida numa nova proposta de caminho… Um sussurro que o mar lhe espera, um convite à entrega verdadeira da alma.
Voilá… Peixes a recebe majestoso, poderoso, dono de todos os afetos e de todos os caminhos.
Esse mar que tudo envolve e contém, simboliza o nosso homem mais descalço do que nunca, duelando com sua consciência e revendo toda a história da sua vida, os perdões da sua existência; a essência de uma maturidade emocional tomando dimensões tão gigantescas que só lhe resta virar criança e entregar-se mais uma vez àquele estado de pureza a que chamamos infantil.

Dessa maneira a história da humanidade vai sendo contada pelo céu a fora, e vai o homem descalço, singrando pelas 4 estações buscando muitas vezes o ponto de chegada, quando a própria caminhada perfaz o circulo, que visto do céu…é mesmo o ponto.
O ponto de chegada é caminhar os ciclos com sabedoria, entregando-se sempre que a alma assim o desejar.